Por um fio em Lã
Espetáculo solo de dança que envolve a abordagem do SER, de sua existência a partir da concepção. Vestígios de uma existência interrompida dialogando com sentimentos e crenças.
A transfiguração do aborto, colocando em movimento a perspectiva do ser em violência. O carinho que não foi dado no ninar, as brincadeiras que não foram vivenciadas e a razão com o desprendimento dos sentimentos na volta ao ciclo. Um novo ser a se formar. Por um fio em Lã desloca o ser da sua violência vivida para uma realidade desejada. Esses são os elementos que envolvem a encenação.
Por um fio em lã tem concepção, coreografia e interpretação de Juan Guimarães.
Premiado dois anos consecutivos(2006/2007) com troféu APACEPE de Teatro e Dança no Janeiro de Grandes Espetáculos, como o melhor bailarino de Pernambuco.
Para o Interprete, o espetáculo busca dignificar e respeitar a vida, a criação e a forma de existência.
Ficha Técnica
Concepção, Coreografia e Interpretação: Juan Guimarães
Trilha Sonora Original: Henrique Macedo
Vozes na Trilha: Juan Guimarães e Henrique macedo
Figurino: Paulina Albuquerque
Cenário: Juan Guimarães
Plano de Luz: Martiniano Almeida
Execução de Luz: Nadjeckson Lacerda
Contra regra: Ádila Gadelha
Sonoplasta: Eduardo Carvalho
Fotografias: Marcelo Lyra
Imagens Video: Daniel Guedes
Designer Gráfico: Juan Guimarães
Produção executiva: Juan Guimarães
Direção: Jorge Féo
Direção: Jorge Féo
- Tem uma coisa que não compreendo...
- O quê?... Diga!
- [...] se eu tento dizê-lo, estrago tudo.
Um dia em que estiver disposto, eu o dançarei para você.
Alexis Zorba, personagem arquetípica de Nikos Kazantzakis, diz ao amigo inglês preferir dançar o que não consegue traduzir em palavras, pois sabe que a dança pode eventualmente suprir a carência do verbo.
A luta com as palavras por vezes se exaure no retórico, no clichê e, porque exangue, não sensibilizando o receptor, torna-se “a luta mais vã” de que fala Drummond. O quanto, assim, de palha e eco já foi falado/escrito e se perdeu no ralo da apatia cúmplice dos que não mais acreditam nas infinitas possibilidades que os homens podem estabelecer interagindo com os nomes dados às coisas.
A uns, entretanto, - e felizmente - é dado acesso a outras formas de comunicação. À dança, por exemplo. Juan dança. E dança o que lhe exige o espírito de artista, de fio que se sabe parte de um tecido maior.
Sem discursos a favor ou contra, ele nos diz das infinitas possibilidades que tantas vezes se perdem, quando se desfazem elos, quando se corta o fluxo do que poderia ter sido e não foi.
Juan nos dança a vida, ou melhor, o que seria a vida se ela tivesse seguido o seu curso natural e o espetáculo que ela de si se faz, do fio que “ela teimosamente se fabrica” se lhe permitem com outros fios tecer sua sina de ser com, compor, colorir.
Tempos estes em que tudo se parte e nada se reparte, Juan sabe, como o mestre carpina do auto natalino de João Cabral, que “é difícil defender só com palavras a vida”. E por isso dança. Como fez o grego. Ainda bem.
Tomaz Maciel.
- [...] se eu tento dizê-lo, estrago tudo.
Um dia em que estiver disposto, eu o dançarei para você.
Alexis Zorba, personagem arquetípica de Nikos Kazantzakis, diz ao amigo inglês preferir dançar o que não consegue traduzir em palavras, pois sabe que a dança pode eventualmente suprir a carência do verbo.
A luta com as palavras por vezes se exaure no retórico, no clichê e, porque exangue, não sensibilizando o receptor, torna-se “a luta mais vã” de que fala Drummond. O quanto, assim, de palha e eco já foi falado/escrito e se perdeu no ralo da apatia cúmplice dos que não mais acreditam nas infinitas possibilidades que os homens podem estabelecer interagindo com os nomes dados às coisas.
A uns, entretanto, - e felizmente - é dado acesso a outras formas de comunicação. À dança, por exemplo. Juan dança. E dança o que lhe exige o espírito de artista, de fio que se sabe parte de um tecido maior.
Sem discursos a favor ou contra, ele nos diz das infinitas possibilidades que tantas vezes se perdem, quando se desfazem elos, quando se corta o fluxo do que poderia ter sido e não foi.
Juan nos dança a vida, ou melhor, o que seria a vida se ela tivesse seguido o seu curso natural e o espetáculo que ela de si se faz, do fio que “ela teimosamente se fabrica” se lhe permitem com outros fios tecer sua sina de ser com, compor, colorir.
Tempos estes em que tudo se parte e nada se reparte, Juan sabe, como o mestre carpina do auto natalino de João Cabral, que “é difícil defender só com palavras a vida”. E por isso dança. Como fez o grego. Ainda bem.
Tomaz Maciel.
Fotos de Por um fio em lã :
Nenhum comentário:
Postar um comentário